Descrição
Os empresários da sobrevivência
A vida é demasiada séria para termos a coragem de permanecer de mãos cruzadas. Ela nos incita a sair cedo de casa, a percorrer ruas, a sentar nas bermas das estradas, a enfrentar o sol, a chuva, o vento, porque cada dia que nasce é preciso vender para sobreviver. Por isso, logo cedo, as vozes dos vendedores se cruzam no ar: “Tem peixe aqui. Pão quente senhora. Não quer chamussas, patrão? Olha as castanhas assadas de Catembe”. Há sempre a certeza que muitos serão sensíveis ao convite. Como diria o poeta Armando Artur, “há sempre uma esperança, sobrevivente aos vendavais, que tudo levaram”. Por isso, todos sonham se livrar das suas mercadorias e ganhar o pão de cada dia. Por essa suprema razão, nesta moçambicana comunidade, todos vendem, todos compram, todos se tornam empresários da sobrevivência.
Marcelo Panguana
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