Descrição
Clown
O tempo, o seu poder de desgaste manifesta-se como um sonho, uma noite escura. Mas toda noite termina com o nascer do dia, e o tempo transforma-se em sutura.
Tecido, pele, proteção, barreira, máscara…
As mãos, ora afetuosas, ora traquinas, mas também manipuladoras, evocam os fios do marionetista. Fios da vida? Fios do destino que tecem um espelho indiscreto, virado para nós. Qual ciclope dissimulado, “Clown” encarna a frágil coexistência entre violência e delicadeza. Habitante do inacessível paraíso perdido da infância, “Clown” parece ignorar-nos. O seu olhar absorto desafia, forçando-nos a tomar uma posição.
Quem somos? Passageiros distraídos ou testemunhas intrusivas duma cena iniciática?
Sónia Aniceto
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